REVIEW : VIDEODROME, David Croenenberg ( U.S.A. 1983 )


É pouco discutível que David Croenenberg se deveria ter retirado no final da década de 80. Só não assumo isto de forma clara porque realizou Crash em 1996.
Aprecio q.b. a doença sci-fi deste realizador que se foi extinguindo e que vai desaparecendo cada vez mais em furos constantes e filmes "normais", vulgo chatos.

Neste Videodrome, escrito e realizado pelo tal David do Canadá, obra cultificada por muitos e considerada obra-prima por menos alguns, James Woods ( Once Upon a Time in America ) contracena com Deborah Harry ( lead singer de Blondie ) num enredo doente(?), confuso(?) e excessivo(?). A certa altura do filme paramos para pensar em tanta envolvência de um director de uma Porn TV com uma nova espécie de transmissões "interactivas". Estas surgem em CASSETES piratas e movediças providenciadas por geeks meio óculos, meio engenhocas, meio súbditos de gurus clássicos e por organizações obsoletas e embrulhadas. Isto vale? Que motivações me prendem até aqui?

Acho que vou compreendendo. Gosto da exploração subtíl dos snuff movies neste filme, assim como aprecio o estilo 70s / 80s com que Croenenberg lida com sofrimentos, vícios, sexo, sangue, mutações, vísceras e muitas mais matérias orgânicas. O clima doentio, alternativo, perigoso e tentador está aqui bem forte, sustentado não só pelas actuação dos actores que me agradaram bastante e em ambientes muito eighties / premonitórios que me foram alimentando até ao fim. A confusão, alucinações e as tramas laçadas com surpresinhas tipo Kinder também me souberam bem.

Não duvido da inspiração que Videodrome tem sido para muitos filmes e finalmente entendi o porquê da existência de Existenz. Com esta piada incrível termino esta review empolada.

" Long live the new flesh! "

8/10

1 comentário:

  1. vi videodrome em 1989, em VHS. na altura achei o filme muito confuso e debby harry muito pouco femme fatal do pescoço para baixo.

    os F/X eram risíveis em algumas cenas (parecia tudo feito nitidamente em latex, sendo a palavra operativa «nitidamente»), mas também eu teria investigado as gravações snuff se estivesse no lugar do James Woods.

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