A LULA ENTRA NOUTRO UNIVERSO



Olá a todos os seguidores (?) deste blog. Neste momento alguns membros LULA decidiram elevar o gosto pelo cinema a outro nível e decidiram formar uma equipa de trabalho com o objectivo de produzir os próprios conteúdos. Apesar de este blog ter sido conduzido maioritariamente pelo universo do fantástico terror, o próximo passo da LULA irá alargar o espectro a outros géneros cinematográficos. Para já as coisas estão ainda em fase de desenvolvimento mas já temos algum trabalho em andamento. Este blog em breve sofrerá alterações adequadas à nova realidade LULA.

Poderão acompanhar o processo através da nossa página www.lulagigante.com ou através do facebook onde continuamos a comunicar ao mundo o que nos vai na alma.

Visitem-nos e não hesitem em falar connosco seja por telefone ou mail ou "like".

Até já,
Álvaro Silveira

PREVIEW: MONSTERS (Gareth Edwards, 2010, UK)





A mim parece-me muito bem.

Na linha de District 9 no sentido orçamental da palavra, este filme está a criar muita expectactiva e a pôr altos executivos de Hollywood a gritar com os subalternos:

"FODA-SE!! Estes gajos fazem filmes por tuta e meia e nós andamos a gastar milhões em MERDA!! Quero este gajo a realizar para nós PORRA!"

Enfim, de momento ficam dois trailers e a sensação de que vou gostar de enfardar um pacote de pipocas a ver este no cinema.



REVIEW: Bad Moon ( Eric Red, 1996, USA )



Isto aqui podia muito bem ter sido o Poltergeist dos Lobisomens. Mas falhou...mesmo com um pastor alemão no papel principal.

Tinha os ingredientes todos: um cão inteligente, um miúdo reguila ( o Pimentinha ), uma mãe solteira e um irmão com um problema de "personalidade". O corpo da história tem algum poder de entretenimento familiar, mas falha na apresentação dos "motivos" e das "intenções" que fazem a história mexer.

Assim sendo, não passa de "mais um do género" com poucos motivos de interesse.

4/10

REVIEW: La Horde ( Yannick Dahan & Benjamin Rocher, 2009, França )




La Horde
é um filme do caralho. Ponto final.

Uma pequena amostra populacional Francesa, enfia-se toda num prédio, para um ajuste de contas com muito ódio racial à apimentar. Enquanto os zombis estão ocupados com outras coisas, a coisa já está extremamente tensa e agressiva, quando aparecem para um pezinho de dança o arraial ganha ainda mais ânimo e, por momentos, todos parecem entender-se com a violência e o espectador delira.

Um filme cheio de tomates, queixo comprido e palavrões em francês. Muita energia sobretudo.

9/10

REVIEW: Død snø ( Tommy Wirkola, 2009, Noruega )



Há filmes de terror que só servem para existir enquanto título ou conceito.
Claro que" zombis nazis na neve" é muito giro, mas não é suficiente.

A fórmula "jovens de férias perdidos em nenhures" onde morrem todos à vez,
onde os cobarde ganham coragem e os fortes acabam por morrer vítimas de um
azar qualquer, faz com que este filme seja uma seca no final das contas. E não vale
a pena estar a falar das "cenas gore engraçadas" porque também estas já cheiram a mofo.

Um filme para ver em piloto automático. Sem brilho.

5/10




Dead and Buried é daqueles filmes que, enquanto trailer, são espetaculares. Já enquanto filme, oferecem tanto e põe tanto elementos e dicas em cima da mesa, entusiasmando e agarrando o público com grande pujança, que depois não sabem como juntar aquilo tudo e oferecer um final em condições. Frustração paira no ar. Vale pelo ambiente enevoado.

5/10

REVIEW: El retorno del Hombre-Lobo ( Paul Naschy, 1981, Espanha )



Houve uma altura em Espanha, em que andava tudo a fazer filmes de terror com fita-cola e bricolage. Este é um deles e é bom sim senhor. Grrrr...

O que salta logo à vista é o argumento hiper rocambolesco, as qualidades físicas das deliciosas actrizes, a música que já foi reciclada em mil "demos" de death metal e cavernices do género e sobretudo, meia dúzia de planos verdadeiramente escabrosos e inspiradores.

El Retorno del Hombre Lobo mistura a Condessa Bathory com Licantropia e se acharam o Van Helsing uma mistura forçada, embora engraçada, vão poder tirar a barriga de misérias com isto aqui.

Insisto para que vejam este filme e percebam o "je ne sais quois" muito próprio destas produções e, se acharem que alguma cena surgiu do nada ou que talvez tivessem adormecido a meio do filme, não liguem, é mesmo assim. As coisas acontecem e pronto.

6/10

Não encontro trailer mas aqui fica uma entrevista com o realizador:

REVIEW: The Warriors ( Walter Hill, 1979, USA )



Os anos 80 neste momento são como dois dedos enfiados bem no fundo
da garganta, com uma sanita por baixo. Não há cú. Parem com isso. Mas este filme mostra o
lado bom da lantejoula e da peruca.

Este filme, feito em 1979, parece um catálogo de moda para os loucos anos de disco
que se avizinhavam. E nisso, é espetacular. Aliás, apetece-me dizer que, nunca vi um
filme com tanto estilo na minha vida inteira. Porrada tem pouca e a que tem é suficientemente
inocente para desenhar um sorriso e espetar uma mão na testa em sinal de desistência.

O que é que se passa aqui afinal? Um gangue vê-se de repente perseguido por outros gangues em território inimigo. Objectivo: Chegar a casa sem tacos de baseball enfiados no cu.

Nunca esta expressão foi tão bem aplicada, aqui vai: ROCKA!

8/10

REVIEW: Wolfen ( Michael Wadleigh, 1981, USA )



Em 1981 toda a gente pensava em Lobisomens e toda a gente fazia
filmes de lobisomens e havia pelo por todo o lado. Nesse mesmo ano de 1981
havia acesa disputa entre The Howling e American Werewolf in London
pelo trono da licantropia e ninguém pareceu reparar em Wolfen.

Vale a pena reparar? Vale.

O ambiente está lá todo. Os fumos a sair da sarjeta. Os investigadores a suar,
os vestidos com pregas e chumaços a abanar ao som de sintetizadores.
Os lobisomens pairam sobre a cidade como uma ameaça e há que ter cuidado em
toda e qualquer esquina e viela.

Os lobisomens não são o Mal puro e incarnado na terra com o objectivo
de destruir virgens e inocentes. São receptáculo de injustiça e congeminam nas sombras
da cidade. O Homem Branco está a destruir tudo e cabe ao Capitão Planet...aliás, aos
Lobisomens resolver o assunto.

Muita consciência e avisos fazem deste filme uma espada de dois gumes. Há quem goste
da vertente revoltada com o mundo, há quem considere pretensiosa. Eu cá achei um
filme razoavelmente divertido.

6/10


REVIEW: Candyman ( Bernard Rose, 1992, USA )




Clássico. Clássico. Clássico. Clássico. Clássico.

Confesso que fico um pouco perdido ao falar deste filme.
Numa abordagem superficial, parece-nos um filme de terror caótico dos anos 90,
igual a tantos outros.No entanto se estivermos atentos conseguimos decifrar
algo nas entranhas com mais conteúdo do que aparenta...e abelhas.

O "monstro" é exemplo disso mesmo. Não é nenhum matulão tipo Michael Myers
ou Jason, nem tem o ar exageradamente doentio de Freddy Krueger ou os pregos na
cabeça do Pinhead mas por baixo do seu casaco janota existe um inferno de conflitos
raciais, injustiças e realidades urbanas que transformam todo o panteão numa
cambada de cachopos amuados com falta de atenção.

Aconselho com pujança.

Alguém sente-se realmente à vontade a repetir 5 vezes o seu nome frente a um
espelho?

7/10

REVIEW: Seventh Moon ( Eduardo Sanchéz, 2008, USA )



Estamos na china e é o dia em que os mortos sobem ( ou descem ) a terra.
É também o dia em que o outrora genial e revolucionário argumentista/director
do mega sucesso Blair Witch Project confirma ao mundo que afinal foi "vítima"
das circustâncias.

Tudo começou muito bem e a aproximação Cloverfield/Blair Witch
até estava com alguma piada. Os actores eram decentes e tudo ocorria
da melhor forma. A noite caiu, o mistério adensou-se e a coisa prometia
e criava algumas pulgas. A lua cheia ia alta e os primeiros esboços de Monstro
Chinês faziam tangentes ao enquadramento, prometendo o inferno.
Neste momento estava razoavelmente contente...mas não por muito tempo.

Aquelas coisas meio The Descent meio bailado contemporâneo aborreceram-me
e fizeram-me lembrar os Power rangers e tudo de repente me pareceu um episódio
do Stargate.

Siga para o próximo...

5/10

REVIEW: The Fearless Vampire Killers (Roman Polanski, 1967, UK & USA)




Memórias de infância: Pastilhas Gorila, Jogos sem Fronteiras, e esta obra prima, traduzida tão oportunamente como "Por favor não me morda o pescoço".

Com certeza posso dizer que foi o meu primeiro filme de vampiros e somente com o passar dos anos mudou de categoria: terror para humor. Em criança, o que hoje dá para rir, dava para roer as unhas, só com a idade veio o perceber do ridículo e a gargalhada seguida de: "Epá, este Polanski é o maior"

Esta pérola tem das melhores cenas de sempre, desde um "Van Helsing" que mais parece um bêbado, um ajudante "palhaço", um vampiro abichanado e um "Conde Drácula" com ar rebarbado, uma donzela nada donzela e um meio cigano a tentar safar-se na vida (como vampiro manhoso).

O ambiente é excelente: há pó, teias de aranha, meias rotas. Os vampiros não são sedutores e tem mais ar de mortos que vivos. A banda sonora é perfeita.

A história gira à volta de um professor especialista em vampiros(muito aparvalhado, distraído e ao mesmo tempo genial), chamado Abronsius (Jack MacGowran), que decide ir até a Transilvânia matar vampiros.
Acompanhado do seu medroso ou com um grande sentido de fugir com o rabo à seringa e muito fiel discípulo Alfred (Roman Polanski), Abronsius tem como objectivo aprender mais sobre vampiros e acabar com a raça.
Tudo se complica, entre a incompetência de uns e a parvoíce de outros e o desfecho não é o previsto...

E que desfecho...o final marcou o resto da minha vida com uma fórmula que até hoje defendo, um filme de "terror" não pode acabar bem! Porra!

Este filme sabe bem num domingo à tarde, numa quinta-feira à noite, entre coisas ou só porque o encontramos entre pastas divx ou num dvd empoeirado.

Porque é o que é, e o que pretendeu ser. Porque é fresco e bafiento até hoje.
Porque tem o Roman Polanski com ar de parvo.

Por todas as razões.

9,5/10





REVIEW: La noche del terror ciego ( Amando de Ossorio, 1971, Espanha )



E houve grande regozijo! La Noche del Terror ciego
( Tomb of the blind dead )
é espetacular! Não só por ter sido filmado
em Portugal antes do 25 de Abril de 1974, facto que me intriga bastante,
mas também porque consegue recriar um dos ambientes mais kinky terror
ui ui mãozinhas de esqueleto a sair da cripta e espanholas de soutien aos gritos.
Há aqui planos e momentos verdadeiramente sexys onde os MORTOS-VIVOS
conseguem ser mesmo irritantes e pungentes na arte de criar pesadelo visual
( enquanto andam a cavalo ). Um filme de TERROR CEGO com ar disso mesmo.
Tem ainda também uma banda sonora do arco da velha que ainda embeleza
mais as coisas e dá vontade de fazer um pacto com o diabo.

...e tem CRIPTAS.

Genial!

IMPORTANTE: Vejam a versão falada em espanhol por amor de Deus.

8/10

REVIEW: Dead Meat ( Connor McMahon, 2004, Irlanda )



ZOMBIES....DA IRLANDA!

Dead Meat é quase amador, segue a fórmula sem tirar nem por do
formato Zombie, tem FX horríveis, banda sonora de telemóvel, actores
sinistros e não traz nada de novo....mas...é altamente e deve ser visto.

Heavy Metal e Vacas loucas!

6/10

REVIEW: Insanitarium ( Jeff Buhler, 2008, USA )



Um idiota faz-se de atrasado mental para conseguir entrar
no sanatório onde está, "injustamente", a irmã suicída. Na tentativa
de a salvar, o herói descobre que decorrem experiências pouco éticas
nos recantos mais obscuros da instituição. Experiências que resultam
em Muito mas Muito sangue.

Do realizador de Midnight Meat Train, Insanitarium é um filme caótico
mal organizado que nos atira para o meio da sanatório sem sabermos lá
muito bem como. O que safa isto ( mas pouco )são alguns bons minutos de
chacina desenfreada lá mais para o final.

5/10 ( o filme é mau mas a chacina vale a pena )

REVIEW: The Company of Wolves ( Neil Jordan, 1984, UK )



The Company of Wolves é uma delícia psicadélica.
Uma aventura pelo folclore europeu mais obscuro de uma forma pouco
infantil. Pegando nas peças que compõe a história do Capuchinho
Vermelho constrói-se aqui um delírio quase Freudiano à volta de uma
menina que começa a descobrir o outro lado para além do manto da
inocência....onde há LOBISOMENS.

Um filme que vai agradar bastante àqueles que se babavam com a série
Jim Henson's Storyteller.

8/10

REVIEW: Survival of the Dead ( George Romero, 2010, USA )



George Romero anda arrastar-se pelo cinema como um dos seus zombies.
Lento, chato e sem chegar a lado nenhum. Já chega homem! Vai passear
com os netos.

Survival of the Dead é um Big brother numa ilha infestada. Duas famílias
com sotaque irlandês disputam a forma mais ética de se livrarem da praga
zombie. Uma facção defende que se deve acorrentar a malta à espera de uma
cura outros defendem que se deve espetar um balázio na testa e arrumar
logo o assunto. E é isto.

Nunca vi um filme tão caótico emocionalmente e com tanta coisa puxada a ferros.
Os acontecimentos ocorrem como em telenovelas venezuelanas e os actores ficam
à toa e nós também. Sinceramente não percebi nada deste filme, mesmo. Quanto
aos zombies: aborrecidos.

Espero que seja o último.

3/10

REVIEW: Daybreakers ( Michael/Peter Spierig, 2010, USA )



Mais um semi-blockbuster que me desilude este ano.
Este esteve quase quase a passar a barreira mas não conseguiu
porque tem tanta coisa que não faz sentido e que polui o ambiente
que não dá mesmo para dar uma hipótese de sobrevivência.

Num futuro próximo os vampiros são a raça dominante no planeta
terra. Como podem imaginar fica tudo virado do avesso e toda a gente
vive durante a noite. Os humanos viram-se como por magia transformados
em recursos naturais e como na nossa realidade estão a esgotar-se a um
ritmo alucinante. São empilhados e sugados por multinacionais que procuram
lucro. O filme anda por estes caminhos e certamente agrada aos mais activistas.

O problema é que existem bastantes pormenores incoerentes que impedem
este filme de entrar como groselha no nossos organismo. Quando tudo parece
bonito e entusiasmante há sempre alguma coisa que nos crava uma estaca
no raciocínio. Não vou enumerar porque não gosto de chutar "spoilers" por
muito pequenos que sejam mas acreditem que há coisas de desesperar um santo.

Este filme faz-me também pensar que UNDEAD realizado por estes dois irmãos
Spierig afinal não passa de um filme caótico mal feito que resultou numa delirante
epopeia esquizofrénica sem querer.

5/10 ( porque esteticamente tem coisas bonitas )

REVIEW: The Howling ( Joe Dante, 1981, USA )



Lembro-me de uma noite de São João do Porto em que entrei
num café, para descansar as pernas e beber um sumol com os
meus pais, quando algo na tv me atirou para um estado de horror
tremendo. Na televisão um homem na maior das misérias
transformava-se a muito custo num lobisomem. A pele esticava,
o pelo brotava de forma primaveril e havia baba e sangue por
todo o lado. Um horror que inexplicavelmente passava indiferente
a toda a gente estava totalmente canalizado para mim.
Fiquei três noites sem dormir.

Esta cena horrível pertence a The Howling, vim uns anos mais
tarde a descobrir. Aprendi também a não ter medo e a apreciar
aquilo que The Howling é: um filme referência no universo
licantropo com uma curva de sensações suficientemente ampla
para agradar a gregos e troianos e até aos mais esquisitos entre
estes.

Dado triste: A famosa transformação acabou por perder nos óscares
para a transformação ocorrida em American Werewolf in London.

7/10

REVIEW: Legion ( Scott Stewart, 2010, USA )



Apostava veementemente que este filme seria O Filme de acção-fantasia
do ano e para minha salvação ainda bem que não apostei dinheiro. Desilusão
total. Desilusão porque efectivamente o filme é mau, mas também porque
mexe com uma temática pela qual nutro carinho: ANJOS REVOLTADOS
ARMADOS ATÉ AOS DENTES.

Não vamos entrar em discussões teológicas nem falar de princípios nem de
"ai o cinema americano blá blá". Não tem nada haver com isso. O filme no
universo de fantasia que cria é aborrecido e vazio. É certo que tem um ou
outro momento de acelerar o ritmo cardíaco por breves segundos mas logo
estagna numa poça de nada. Passei o filme a pensar "vá é agora..." "ei agora
é que vai ser..." "eix agora isto..." mas nunca chegou a nenhum pico de acção
verdadeiramente entusiasmante.

Se gostam da temática vejam o The prophecy já aqui revisto. É ligeiramente
melhor e tem o Cristopher Walken.

4/10

REVIEW: Dante 01 ( Marc Caro, 2008, França )



Este filme foi uma verdadeira experiência delirante de caixão à cova.
Comecei a ver este filme já a noite ia alta e à medida que o sono ia
chegando mais o filme entrava por caminhos psicadélicos que se fundiam
com o meu sono e o significado da existência, culminando numa apoteose
de "fodasse vou desligar esta merda senão fico maluco" mas não consegui
e vi tudo até ao fim...sobrevivendo com sucesso mas com menos 1/3 de
cérebro para tratar das coisas do quotidiano real.

Uma estação espacial com meia dúzia de psicopatas lá dentro. Cobaias para
experiências científicas e novas formas de tratamento aos desviados da
sociedade. Um recém-chegado torna-se o centro das atenções devido ao
seu comportamento misterioso e capacidade de fazer milagres. Estes são
os pilares em que o filme se monta e parte para um caminho existencialista
cheio de simbolismos Dantescos e Blake...ianos. Um filme esteticamente
cativante que nos conduz a sítios que nem ao diabo lembra.

7/10 ( pela experiência no seu todo )

REVIEW: Vampires ( John Carpenter, 1998, USA )



Aqui há uns dias dei por mim a rever este filme. Porquê?
Porque tem vampiros a serem caçados como gado no oeste americano.
Porque tem o James Woods a rebentar a boca a vampiros com mais
estilo que o Blade e com muito menos equipamento.
Porque tem um Daniel Baldwin a partir dentes à estalada aos
vampiros. Porque tem armas e veículos à G.I JOE e porque tem
uma série de coisas FIXES que tornam este filme FIXE e não mais
do que isso.

Tem buracos de argumento? Tem.
Tem momentos em que tudo parece inútil e mau? Tem.
Tem motivos suficientes para ser um mau filme? Também tem.
Os vampiros já enjoam? Já.
O From dusk till dawn é melhor a misturar vampiros e cowboys?
Muito melhor!

No entanto eu gosto e foi por isso que o revi.

6.5/10

REVIEW: It's Alive! ( Larry Cohen, 1974, USA )



It's alive! é um bom exemplo do pânico mutante Americano, entre as décadas
de 50 e 70. As alterações genéticas estavam na ordem do dia: comprimidos,
vacinas, medicamentos, poluição, adubos, frigoríficos, rebuçados, tintas, etc.
Tudo estava ameaçado e as mutações genéticas abomináveis ensombravam a
atmosfera. Isto claramente reflectiu-se na produção cinematográfica e televisiva.
Durante este período surgiram inúmeros filmes em que coelhos, galinhas, vacas
e gatos apareciam em escala e fúria satânica para dizimar populações.

It's alive! faz parte dessa estirpe, escolhendo como receptáculo um BEBÉ. Um
bebé mutante, horrível, carniceiro, psicopata, doente, putrefacto. Este bebé
mesmo antes de abrir os olhos ou respirar já está a assassinar quem lhe aparece
pela frente mas no fundo sabemos que é apenas uma vítima da sociedade. :(

Um filme razoavelmente divertido. O trailer é mais fixe.

6/10

REVIEW: Zombies of Mass Destruction ( Kevin Hamedani, 2009, USA )



O poster diz tudo. "A political Zomedy" tão infantil e fútil como aqueles
clones do che guevara a distribuir flyers do bloco de esquerda à porta das
escolas secundárias.

ZMD não tem momentos engraçados e chega mesmo a irritar mais do que
devia. O argumento e diálogos são tão deficientes que os actores já horríveis
de si conseguiram tornar-se piores. Os figurantes zombies parece que estão
numa espécie "achas que sabes ser zombie?" e parecem querer destacar-se
um dos outros, para quem sabe fazer carreira (?) neste mundo. Em suma,
ZMD é uma espécie de teatro revista horrível que não vale mesmo a pena ver.

Mesmo.

3/10

REVIEW: KICK-ASS (Mathew Vaughn, 2010, USA)




Sabem porque é que o Alan Moore (escritor e criador de obras de B.D., WATCHMEN, V for Vendetta, From Hell, Liga de Cavalheiros Extraordinários) nunca quis estar ligado com nenhuma das adaptações dos seus livros, inclusive não querendo sequer ganhar dinheiro ou que o seu nome aparecesse nos créditos?

Porque 98% das vezes as adaptações são uma merda. Sombras dos livros, ou nem isso. Maior parte das vezes na ânsia de ganhar milhões agradando as massas cagam nas histórias originais.

Adaptar tendo em conta ao meio (em cinema muita coisa não resulta) é muito importante, vejam o caso da "lula gigante" no final do livro Watchmen...na tela nunca resultaria. Ok, até ai tudo bem.

Reduzir, tornar mais verosímil, criar um ponto mais próximo do real (The Dark Knight), eu posso aceitar.

Mas quando o filme é mais fantasioso que o livro e a verdadeira essência das personagens e da intriga se perde em nome do agradar a maioria...então a pintura está mais que borrada.

Kick-ass perde todos os pontos altos do livro. Os twists do livro são completamente apagados e o politicamente incorrecto diluído. E isto meus caros é a essência.

Eu sou suspeito, mas todo o filme estive com a sensação de "FODA-SE! Onde está o KICK-ASS? Onde está a reviravolta? Que raio de adaptação é mais parva que a fonte? Que seca do caralho!"

Nem tudo é mau...

Ponto alto: HIT-GIRL, excelente! Todas as cenas do filme em que apareceu fizeram-me esquecer o aperto no estômago...de quem sabe que ainda falta para acabar o filme, mas não quer sair antes. Todas as sequências com ela estão perfeitas, a muito jovem actriz (Chloe Moretz) ensina como representar. Tem um futuro brilhante pela frente se não entrar em merdas e manias. Esperemos...

Tudo o resto, não tem a intensidade, o carisma. Não empolga, não agarra.

Erraram em tudo. Já que era RATED R mais valia ter seguido o livro...

Notas:

1º se já leram o livro e gostaram, preparem-se para ficar desapontados...e muito (meses de expectativas)

2º se não leram, façam-no antes de ver o filme.

3º se não gostam de BD, tentem gostar do filme. Duvido...mas tentem.

Há excelentes e boas adaptações de BD ao cinema: IRON MAN, HULK (o último com o Edward Norton), DARK KNIGHT (soberbo na medida que cria algo inteiramente novo sem perder a essência), SIN CITY (perfeita), 300, Ghost World, Watchmen (tá fixe)...

Kick-ass não faz parte desta lista.

Dou-lhe 5/10 inteiramente por causa da Hit-Girl e de todas as sequências com ela...até porque são as únicas que fiquei na retina.

Porra...(o trailer engana muito...6 € para o maneta)

REVIEW: Mirrors ( Alejandro Aja, 2008, USA )



Mirrors é o verdadeiro exemplo do mal geral que amaldiçoa
o blockbuster terror americano contemporâneo. Lugares comuns
( polícia alcoólico, família partida, custódia de filhos ) e a mania de
explicar tudo e não deixar nada em aberto. Tanto explicam e tentam
dar sentido ao paranormal que o filme deixa pura e simplesmente de
fazer sentido caindo muitas vezes no ridículo.

Mirrors é isso mesmo. Um mistério engraçado que cativa inicialmente
mas que gradualmente começa a deslizar pela sanita abaixo.

Se o Alejandro Aja quiser ser um realizador fodido tem que procurar
financiamento longe das colinas porque com isto começa a perder o brilho.

5/10

REVIEW: Fudoh ( Takashi Miike, 1996, Japão)



Um conto de Yakuzas com os ingredientes Miike do costume.
Muito vigor, violência, frescura, originalidade e muito ritmo.

Já deu para notar que sou completamente obcecado por este senhor
e não é para menos. Todos os seus filmes têm algo que não se encontra
em mais lado nenhum. Dou por mim de tempos em tempos a pensar
"estou indeciso entre ver um filme ou um filme do Miike". Takashi
Miike não faz filmes, mas sim bombas atómicas em celulóide.

Vejam este, ganhem balanço e vejam todos os outros que apanharem
pela frente.

8/10

REVIEW: The Fog ( John Carpenter, 1980, USA )



Sou um grande fã do trabalho deste homem. John Carpenter é um cowboy
que vai directo ao assunto sem grandes rodeios procurando divertir-se e
divertir. Planos fixos, tudo no sítio, princípio meio e fim e está criada uma
janela para um mundo de fantasia.

The fog, na minha humilde opinião, é uma janela embaciada onde não se
vê grande coisa. A premissa é genial, levando também a um grande
título que se destaca na prateleira ou numa lista de excel. É pena que o
filme não corresponda em nada.

Não gosto. O ambiente desde cedo nunca teve a acutilância necessária
para gelar a espinha. O filme nunca chega a assentar praça em lado
nenhum, deixando sempre o pé na embraiagem sem meter mudança.
Personagens vagueiam pelo cenário como fantasmas confundindo-se
com os verdadeiros fantasmas. Um verdadeiro nevoeiro que nem sim
nem sopas.

Se calhar estou a ser burro e precisava de uns faróis de nevoeiro para
ver o quadro todo. Vou dar esse desconto porque realmente dói-me um
bocado dizer mal do Carpinteiro.

5/10

REVIEW: Luca il contrabbandiere ( Lucio Fulci, 1980, Itália )



Luca il contrabbandiere é uma delícia a cheirar a mijo e camionista.
Lucio Fulci conta-nos uma história de máfia Napolitana igual a tantas
outras mas repleta de acessórios que tornam este filme um regalo escorregadio.

Participamos numa história de vingança à qual não ligamos patavina pois estamos
demasiado entretidos a apreciar as mortes exageradas e os inúmeros pormenores
estilísticos que caracterizam o dedinho de Lucio Fulci.

Um filme violento, à sua maneira, que corre o risco de provocar sérias gargalhadas
devido a inevitável deslocação temporal.

Um espetáculo, digo eu.

6.5/10

REVIEW: REC 2 ( Jaume Balagueró, Paco Plaza / 2009 / Espanha )



Voltei. E para celebrar o voltar, experimentei o Rec 2.
O tempo passou depressa e acabou o filme. O primeiro
tinha sido um carrossel tremendo cheio de chuva e ventania...
este aqui foi um carrossel cheio de sol e famílias emigrantes.

Os mistérios do primeiro filme que tornavam as coisas verdadeiramente
arrepiantes foram postos ao sol na eira de rec2. Com tanto truque e engenho
para "marcar a diferença" acabou por desvanecer a energia de terror puro do
primeiro. Desiludiu? Claro que não. Mas não é bem a mesma coisa.

Um filme que passa muito depressa na retina por ser tão divertido,
mas que nos deixa com a leve sensação que se calhar não era preciso
terem feito isto.

7/10

Review: The Hitcher ( Robert Harmon,1986, U.S.A. )


















Quem quiser um thriller cheio de acção pa ver encostado com umas Lays e uma cerveja, pegue em The Hitcher. Jim ( C. Thomas Howell ) é perseguido na estrada por um serial killer com cara de serial killer, cigarro na boca e grande estilo mad max. O homem pediu uma boleia, azar de quem a deu.

É um grande papel de Rutger Hauer num filme cheio de momentos interessantes, com uns minutos iniciais muito bons mesmo. O desenrolar não é tão carismático mas o guião está cheio de peripécias, boas ideias e cenas bem conseguidas.

Tem tudo o que condimenta um bom filme de acção com suspense e boas actuações. Consistente e ritmado, merece uma revisita com atenção. Há uma versão de 2007, mas não me parece que seja boa ideia, tem má cara.

8/10

The Wolfman (Joe Johnston, 2010, U.S.A.)




Antes de mais tenho que dizer que a minha expectativa era grande, Anthony Hopkins e Benicio Del Toro, ambiente sombrio à La Sec. IXX e um trailer apetitoso.

Pois bem, 5 minutos de filme e já me estava a enterrar na cadeira do cinema com a mão na cabeça e uma expressão de "pronto já borraram a pintura". Que entrada de título mais à martelada!!

Potencial para fazer um grande filme? Sim.
Um excelente elenco? Sim.
Efeitos especiais? Bons e as transformações estão muito bem feitas. Não são de ficar de boca escancarada mas cumprem muitíssimo bem o que pretendem. Ponto extra para o Lobisomem com aspecto de lobisomem à antiga, nem demasiado lobo nem demasiado Michael J. Fox no "Teen Wolf"

Argumento? Até o meu irmão conseguia escrever (com ajuda, uma vez que ele tem 8 anos) uma historia melhor...remake dizem "eles" mas a historia não tem riqueza nenhuma, a tensão é zero, nem está igual ao clássico de 1941 nem é uma lufada de ar fresco. No contexto da época teria sido espectacular, hoje em dia...não.

Tem uns momentos bons, mas nunca o suficiente para dizer "!EIHAAAA!!!Valeu os 5 euros"

Não é blockbuster nem culto. Não é pipocas e coca-cola nem filme que se recomenda.
Vê-se. Uma vez no cinema(só por que sim) e outra num domingo à tarde de ronha quando passa na Sic.

5/10

Review: Dead End ( Jean-Baptiste Andrea, Fabrice Canepa, 2002, U.S.A. )



















Nada contra os U.S.A. , nada contra os trâmites, mas este filme é uma merda.

Não foram os clichés todos ( a véspera de natal, a loira das mamas, a mãe galinha, o pai com segredos, o filho das ganzas, o carro preto, a mulher de branco... ) ou o revivalismo no estilo de terror americaníssimo parvo , mas sim a tremenda falta de sal que me incomodou. Entrou-me no sistema nervoso e deixou-me com remorsos. Apeteceu-me ver tantos 80s previsíveis gravados da LOTAÇÃO ESGOTADA...

Uma roadtrip familiar mal mascarada, pouco animada e com enorme falta de humor é o que este filme é. Nem um sanguezinho visceral para animar alguém, para compôr um estilo mais cómico. Nem as gajas são incríveis...

O cérebro que "pensou" este filme é detestável, mas aposto que não tem mais de 12 anos. Mau início, mau corpo.O fim ainda é mais deplorável... Por mim, cortava estes minutos da minha vida. Para sempre.

1/10

REVIEW: Salem's lot ( Tobe Hopper, 1979, USA )



Uma minisérie televisiva, baseada numa das mil obras de Stephen King,
realizada pelo inconstante Tobe Hopper. Salem's lot é um conto de vampiros
simpático de interesse relativo, quanto mais não seja porque os vampiros têm
dentes podres e amarelos. Nada românticos.

Um escritor chega a uma daquelas típicas cidades do interior americano para
investigar uma casa misteriosa que parece ser um vórtice do Mal. Imediatamente
vê as suas suspeitas confirmarem-se com uma série de mortes e fenómenos
paranormais que parecem estar relacionadas com a velha mansão no topo da
montanha e o seu novo inquilino de pele azul.

Uma experiência a meio gás. Tanto aborreceu como entreteu.
De destacar algumas boas interpretações e alguns bons momentos de arrepio
que conseguiram manter o interesse até ao fim.

6/10

REVIEW : Benny´s Video ( Michael Haneke, 1992, U.S.A. )



















Nesta obra o respeitável realizador aprofunda a necessidade de ver TUDO com outros olhos como faria em filmes posteriores. Benny´s Video é seco, alemão ao máximo e um gerador de nervos instantâneo. Pelo ritmo super slow motion, pela ausência de tons musicais, pelas personagens. "Capaz de enervar um santo", como dizia a minha avó.

A cena inicial é das melhores intros de sempre, o resto é admirável e gelado. Gelado e admirável.

Benny ,um puto obcecado por cinema, de câmara na mão, desdobra o seu carácter e liberdade na acção. Com os pais, com os amigos, com conhecidos. Pelo meio, muito cinema experimental, muito voyeurismo e um gosto a snuff. Pode surpreender e até chatear, essencialmente para quem não conhecer Haneke.

É este o seu estilo que mais aprecio, mas infelizmente ainda nem com metade do curriculum deste senhor tomei contacto. Hei-de morrer com mais no bolso, porque o homem merece. Vejam e gelem. Pensem, destruam-se e sintam outra vez.

Eu cá adoro este feeling característico após ver filmes de Haneke.

7/10

REVIEW: Carne ( Gaspar Noé, 1991, França )


















Sou um admirador da intensidade e crueldade que Gaspar Noé coloca nos filmes.

Carne, escrito e realizado por este argentino, para além de ter o melhor título de filme de todos os tempos, é o primeiro passo, vulgo prequela de Seul Contre Tous, já aqui revisitado no blog.

São apenas 40 min. não aconselháveis a defensores dos direitos humanos ou pessoas sensíveis, munidos do mesmo espírito cru,sexual e ritmado nos caminhos perturbados de um parisiense nos anos 80, que também assinalariam Seul Contre Tous, numa corrente meia Henry, Portrait of a Serial Killer meia raiva em estado comprimido.

O talhante, personagem à volta da qual segue todo o filme, é duro, vincadíssimo, solitário, ensaguentado e carregado pelos ódios. Este gajo, protector acima de tudo, tem o maior ar de cabrão do mundo, mas se calhar a vida é mesmo assim.

Neste novelo de violência, falta de pudor e mensagens, destaco novamente o papel de Philippe Nahon e o universo de realizador.Estou a salivar por Enter the Void... Gaspar Noé = Droga.

8/10

REVIEW : Where The Wild Things Are ( Spike Jonze, 2009, U.S.A. )



















A adaptação do livro de fantasia de Maurice Sendak, com o cunho de Spike Jonze, versátil e esponjoso. O homem dos videoclips e de Adaptation entre outros não me desiludiu. Não li o livro, nem sou americano, mas o filme é gostoso,com algo de gengibre. Ficou na boca.

No seu habitat, as criaturas definem-se. Max não lhes pertence mas parece, não desprende mas fica marcado pela grande aventura.Monstros a quem apetece dizer "dá cá mais 5", cheias de personalidade, genica e técnicas de mosh pit ( Best of Pulos num filme ) envolvem Max na floresta, em relexões e problemas sociais. Uma história de uma criança, de grupo, um estilo visual, uma dimensão adulta e sensível para mim.

Nos melhores de 2009, sem dúvida.

8/10

REVIEW: The Devil Rides Out ( Terence Fisher, 1968, UK )



Um clássico Hammer muito bem engomado, que apesar da distância temporal,
ainda consegue manter o respeito e puxar um sorriso de satisfação.

Cristopher Lee, numa prestação deliciosa, dá corpo a Duc de Richleau,
homem largo em Cultura e que entre muitas outras qualidades, possui também
todo o "Know-how" para combater uma SEITA SATÂNICA que teima em atazanar as
almas de dois pobres inocentes pelos quais o Duque nutre grande carinho.

Uma viagem pelo Oculto onde o Diabo surge em nuvens de fumo e os seus
acólitos de olhos esbugalhados vestem togas roxas.

Um filme pleno de teatralidade com uma excelente banda-sonora que sem
dúvida merece ser visto.

AVISO: Este filme contêm a materialização mais ASSUSTADORA de sempre do
DIABO. MESMO.

7/10

REVIEW: Tales from the hood ( Rusty Cundieff, 1995, USA )



Tales from the hood, contos fantásticos directamente dos subúrbios
americanos. Rusty Cundieff apoiado por Spike Lee abordou alguns
dos problemas que corrompem a comunidade afro-americana.
Aqui os maus são os polícias brancos corruptos, os políticos brancos
mal intencionados e a violência excessiva entre gangs de supostos "irmãos"
de sangue. O paranormal surge aqui como hipérbole ou metáfora se quiserem,
como em contos infantis. Infelizmente o resultado não é suficientemente bom,
e digo infelizmente porque todo o filme passa uma boa vibração e boa disposição
genuína de quem teve um carinho especial a criar este conjunto de fábulas
urbanas.

Não é suficientemente bom porque as histórias não têm brilho suficiente,
empancando muito em moralismos e paternalismos. Sentimos que estamos
a levar um raspanete em vez de uma boa história de terror. Compreendo que
o objectivo talvez fosse esse e respeito mas essa falta de sintonia com o sermão
fez com que o filme me passasse bastante ao lado das emoções.

5/10

REVIEW: Serpent and the Rainbow ( Wes Craven, 1988, USA )



Após algum tempo sem ver filmes e consequente afastamento das lides cá da
Lula decidi escolher este título para voltar à rotina. Era um dos filmes que
ainda não tinha visto do Wes Craven e tinha um título engraçado que fazia
uma óptima combinação com a foto do Bill Pullman ( com uma cruz na testa )
a explodir de um caixão.

O filme realmente despertou-me os sentidos, não por ser espetacular mas por
ter chamado à atenção para coisas que pairam no seu perímetro. Primeiro; achei
sinistro após algum tempo sem ver filmes, escolher logo um filme que assenta sobre
a salada cultural/religiosa do Haiti, e nesse ponto Serpent and the Rainbow é
fantástico, fazendo uma visita guiada a locais e acontecimentos culturais Haitianos
lindíssimos, intensificando o pesar nos recentes acontecimentos que se abateram sobre
aquela pequena ilha que não faz mal a ninguém. Segundo; porque é baseado na história
de Wade Davis, o antropólogo que documentou num livro de nome Serpent and the rainbow, toda a sua investigação sobre o fenómeno zombi do Haiti. Sim, ZOMBIS HAITIANOS; não tem nada de mágico mas ao mesmo tempo tem tudo de mágico.
Tinha visto um documentário já há muito tempo sobre este senhor mas tinha-se varrido
da memória e este filme teve a bondade de abrir essa gaveta. Sigam este link se têm
curiosidade em conhecer Wade Davis, o homem que mais odiou este filme.

Odiou porque Serpent and the Rainbow reduz todo um trabalho digno e interessante,
que amassa e escava e rebola em religião, cultura, fármacos e drogas alucinogénicas,
a um filme de ficção/terror superficial, sem batimento cardíaco, patinando aqui e ali
num fio de azeite esporádico.

"When I wrote my first book, 'The Serpent and the Rainbow', it was made into one of the worst Hollywood movies in history. I tried to escape the hysteria and the media by going to Borneo."

Wade Davis.

Vá também não é assim tão horrível.

5/10

TOP LULA 2009 ( Álvaro )



Aqui vai a minha lista dos filmes mais fixes do ano de 2009:

1 - DISTRICT 9

Um filme que trouxe coisas novas e mostrou que para além dos FX
ultra poderosos temos que lhes associar um conceito forte para que
a magia aconteça.

2 - CRANK: HIGH VOLTAGE

Gratuito e violento, crank 2 é o lado positivo da era idiota e hiperactiva
em que vivemos.

3 - AVATAR

Fogo de artifício e uma festa do caralho em 3D.

4 - CROWS ZERO 2

Uma chamada de atenção para o trabalho de Takashi Miike nunca é demais.

5 - ZOMBIELAND

Zombies de regresso à passadeira vermelha.

6 - FEAST III - THE HAPPY FINISH

O final de uma trilogia que merece toda a atenção.

7 - TRICK R TREAT

Uma lição sobre como fazer um filme de Terror comercial com bom gosto
e interesse para o grande público sem azeitar.

8 - THIRST

Um sinal de esperança para os Vampiros.

9 - DRAG ME TO HELL

O regresso de Sam Raimi ao que ele faz melhor. Nada de especial mas ainda
assim digno de constar nesta lista.

10 - ANTICHRIST

Uma tentativa de fazer um filme de Terror intelectual que apesar de não ter sido
consensual tem motivos suficientes para aqui estar.

Review: Taxidermia ( György Pálfi, 2006, Hungary )


















É certo que nem todos terão estômago para Taxidermia, mas é claramente um caso de boa surpresa. Grotesco, nojento, bizarro e doente, é um filme cheio de momentos, personagens e gorduras animais. Não há nada que não se veja durante os 91´em que somos presenteados com falos a arder, sexo banhoso, sangue escorrido e competições de gula exagerada. Tudo isto numa fotografia muito arroz de cabidela.

Toda a produção é de alto nível sujo e o efeito conseguido é uma história de gerações e peripécias. Bem executado, é um filme que oferece um bom nível de entretenimento e vómito, sem pudor e preconceito, com boa dose de humor.

Cinema europeu altamente recomendável.

7/10

Review: The Crazies ( George A. Romero, 1973, U.S.A. )


















Um vírus causador de insanidade e demência é o ponto de partida para um dos poucos filmes de George Romero sem a palavra "dead" no título. Não há zombies, mas há propagação, máscaras, boas ideias, muito maus actores, poucas taquicardias e pouco dinheiro.

Não é um filme excepcional, longe disso, mas este clássico não deixa de ter interesse, crítica, politica e algumas cenas verdadeiramente cómicas / parvas. Não chegaram para me entusiasmar mas também não sou um grande fã deste mestre, pese a sua influência e culto associado.

Já anda para aí o remake, como seria de esperar, com direito a exibição no fantas 2010.

5/10