Lars Von Trier regressa pós depressão com um desabafo sexualmente explícito. Uma ideia extravagante e provocadora fundindo-se a nível nuclear num corpo de filme que nos induz em erro: "Filme de terror"
Uma tangente e uma espécie de sumário escrito em estrofre sobre o lado obscuro da alma humana. Sensações que se tornam imagens que só por si seriam suficientes. Uma sinfonia de dissonância e melancolia que anestesia o espírito. No final pairamos e meditamos sobre aquilo que nos foi transmitido sendo nos dada a licença para projectar e fazer cálculos.
Alquimia.
Um filme para ver com óculo de massa e um gin tónico. Não esperem um "grande filme", esperem um rasto de ideias e conceitos para vos estimular se estiverem para ai virados.
Se não estiverem para aí virados irá parecer um simples filme de suspense e mistério igual a tantos outros. Interpretação que tem todo o direito de ser.
Estou completamente ensandecido. Acabei de ver o filme há uma hora e ainda ouço o coaxar de revolta a massacrar-me os ouvidos. FROGS é o filme mais "WTF?" de "terror" de SEMPRE. Preparem-se para o APOCALIPSE DA BICHARADA.
Não há muito para explicar. Uma família completamente atrasada mental a comemorar o 4 de Julho, um pinhal muito "parque biológico" e a respectiva FAUNA pronta para tomar de assalto a Humanidade tendo os SAPOS como líderes desta campanha épica.
Um filme que me arrancou sorrisos atrás de sorrisos intercalados com bocejos e meia dúzia de sobrancelhas franzidas e muitas pausas para esticar as costas e esfregar os olhos.
Preparem-se para levar com um filme com um ambiente muito mas muito peculiar e caguem na moral ecologista, façam de conta que são burros. Tem muito mais piada o ataque no abstracto só.
Depois de uma curta ausência devido ao Caos emergente, algum trabalho sanguessuga e várias merdas adultas para resolver, volto aqui ao blog para escrever sobre um filme que acabei agora mesmo de ver. Zombi Holocaust. Um filme de cor deslavada, banda-sonora com alguma coisa esquisita no pitch, pentelheiras e gore que parece mais sobremesa do que entranhas.
Chungaria 100% Italiana!
Uma série de actos canibalescos num hospital leva a que um gajo parecido com o Roger Moore e um punhado de idiotas mal dobrados acabem numa ilha cheia de canibais, zombis e humanos desvairados sem que ninguém perceba muito bem porque. Preciso contar mais?Blogger: LULA GIGANTE - Criar mensagem
Há apenas a reter o facto de ser um excelente exemplo do lixo gore italiano posto a venda que nem cassetes pimba nas bombas de gasolina.
Vejam e vão tomar banho logo a seguir para não correr riscos.
Um polícia surge nas HighLands da Escócia, mais propriamente em Summerisle, para investigar o desaparecimento de uma jovem residente. Embrenhado nesta busca, o senso e a sanidade parecem perder-se em costumes pouco habituais dos habitantes de uma terra que comunga com a Natureza e Entidades de uma forma sui generis. Revelar mais seria quase crime.
The Wicker Man, com argumento de Anthony Shaffer ( o mesmo que escreveu para Frenzy de Alfred Hitchcock ) tem um ambiente pouco vulgar e muito próprio. O mistério crescente, suspense, incerteza e o climax têm o tempero correcto. A banda sonora ( as músicas foram compostas especialmente para o filme )é muito presente e acompanha todas as cenas como deve ser, dando-lhes o sabor perfeito.
Os bons desempenhos dos actores, entre os quais o ícone Christopher Lee, num mundo de personagens, suportam o resto.A realização não é brilhante, é apenas "normal", apesar de haver motivos e momentos merecedores de aplausos.
Cristianismo, religiosidade, erotismo, moral e paganismo estão em força e dispostas de forma muito hábil neste grande, grande conto espiritual, difícil de rotular melhor( ainda bem ). Ficará para sempre na minha memória.
Ok, uma nave espacial que choca contra a Terra é sempre um bom motivo para começar um pedaço de cinema. Melhor razão era aquando da Guerra Fria, em que inúmeras pérolas sci-fi americanas se seguravam no ambiente de medo e metáforas contra a ameaça soviética. Os anos 50 /60 foram férteis em filmes de ficção ( estou-me a lembrar do genial Invasion of the Body Snatchers, já aqui revisitado no blog) e este Alien Trespass, de R.W. Goodwin ( realizador de alguns episódios X-FIles e co-realizador do filme ) , enquadra-se perfeitamente neste estilo. Com uns 40 anos de diferença.
É um belo filme que entreteve facilmente alguém como eu, com um sentido de humor característico dos filmes daquela época e com uns alienigenas que merecem toda a atenção do mundo. Cuidadoso com muitos pormenores, a começar com o guarda-roupa, Alien Trespass é um filme desfasado e divertido que convém ver.
Dois irmãos com sede numa Boston dos anos 90 causam estragos / beneficios à grande e à irlandesa. Um filme envolto em máfias russas e italianas que se misturam aos tiros e com os valores de cada um de nós. Conta com William Dafoe, representando peculiarmente um agente do FBI com diversos tiques e manias e tem ainda no elenco o grande RON JEREMY( é sempre bom vê-lo em "acção" ), para além de Sean Patrick Flanery e Norman Reedus nos principais papéis. Um bom filme de acção, "armado" em moralista.
Este poster idiota pertence a Night of the comet. Uma daquelas obras típicas do esplendor azeite neon dos anos 80. Night of the comet é um filme pós-apocalíptico onde toda a gente está feliz e os zombies são demasiado atrasados mentais para incomodar alguém.
Sou fã do género "estou nos anos 80 portanto vou azeitar em tudo e ser mesmo parolo ao som de uma batida electrónica mesmo irritante" no Terror mas este Night of the comet é demasiado indefinido para achar piada. Night of the comet nem é sim nem sopas. É mais uma ramificação pop da ideia de Richard Matheson "Eu sou a Lenda". Uma ramificação que fez maravilhas no cinema na altura levando as venda de pipocas ao rubro mas que agora nem como objecto de curiosidade entretem.
Um filme que deve ficar pelo "carinho" de quem o viu quando era mais pequeno, que não é o meu caso.
Já vi o tão esperado District 9 e humildemente escrevo que é a par com Minority Report o melhor filme Sci-Fi/acção da década e um dos melhores de sempre. District 9 distingue-se como um filme super criativo, intenso, inteligente sem deixar de ser um filme "comercial" com elevados graus de entretenimento.
Sem grandes explicações uma raça alienígena assenta praça em Joanesburgo ( África do Sul ). Doentes e desorganizados são tratados como refugiados e enfiados numa favela gigantesca onde fazem a sua vida como podem e vão aumentando em número. Os conflitos RACIAIS são inevitáveis assim como a cobiça pelo armamento alienígena ( QUE ARMAMENTO! ). Tudo isto nos é mostrado através de uma visão mesclada de acção, peças de telejornal e vários intervenientes que opinam sobre a situação num estilo muito documentário. Durante este período o filme é ENORMEMENTE delicioso.
A fase de transição para um formato mais convencional de acção desilude um pouco e banaliza o filme, mas assim que começamos a ambientar-nos à temperatura, a rampa emocional volta a subir vertiginosamente. Preparem-se para cenas de acção, tiros e explosões do melhor que há. Tudo isto misturado numa espécie de drama social interplanetário que apesar de roçar bastante os lugares comuns deste tipo de romances não nos faz muita confusão.
Os efeitos especiais e toda a lógica da tecnologia é genialmente fluída, exagerada sem deixar de nos parecer verosímil e sem perder tempo com grandes explicações. Este bom gosto no design e conceptualização torna o ambiente do filme e sobretudo as cenas de acção extremamente ricas polvilhadas de pormenores deliciosos. Quem estiver realmente atento e gostar destes coisas de CGI, vai delirar.
Uma espécie de fábula de La Fontaine contemporânea sem conclusões de esperança e de moralismo, que peca apenas por ter criado expectativas gigantescas. Já sabemos muito bem o que acontece...sempre à espera de mais.
Uma história Fantasticamente nutritiva que tornou Guillermo del Toro um ilustre na passadeira vermelha de Cannes.
Uma peça misteriosa, vinda de tempos longínquos, capaz de oferecer a vida eterna a quem a possui. A velha temática da cobiça pela imortalidade e as suas consequências à luz de um realizador que trata o paranormal como ninguém hoje em dia. ( Apesar de ter AZEITADO e muito com o franchise Hellboy).
Cronos é um filme que espanta e encanta sem ser lamechas e sem levantar muito o volume. É um fuminho de magia a passar perto das nossas narinas. Uma maravilha.
Mais um "filme do Tarantino". Sempre que Tarantino estreia um filme surge uma febre "já foste ver o novo do Tarantino?" que me parece algo inquietante e inexplicável. Acima de tudo há qualquer coisa na frase "novo filme do Tarantino" que me dá a volta ao estômago. Não estou aqui a armar-me em intelectual a dizer que não gosto do homem, porque gosto, mas esta "febre Tarantino" faz-me muita confusão. Acho que a única forma de explicar este desconforto tem haver com o papel que lhe dão de salvador e génio criativo quase divino capaz de fazer com que pessoas que não gostem, por exemplo, de filmes de terror chungas passassem a achar geniais assim que Grindhouse rebentou ou quando o nome dele apareceu nos primeiros segundos de Hostel"Quentin Tarantino apresenta"( realizado por Eli Roth, o Urso Judeu neste Sacanas sem lei que por acaso também é o pior actor do mundo ).
A minha visão de Tarantino é de um realizador e um contador de histórias que é genial a fazer saladas de frutas a partir do cinema que ele devora. Acima de tudo Tarantino é um espectador como nós. Entusiasmado e com muito dinheiro.
Tarantino é um concerto no Pavilhão atlântico independentemente da banda que lá esteja. É uma festa.
Quanto a este Inglorious Basterds ( SACANAS SEM LEI, parabéns ) digo assim já de chapa que tá ali taco a taco com a melhor criação dele (para mim) Reservoir Dogs.
Como sempre a atenção está totalmente para as personagens, para bonecos esculpidos com paixão que debitam frases carismáticas e conversas magnetizantes que culminam sempre num extâse qualquer. Uma espécide de combate de Boxe entre Tarantino e o espectador com vários rounds. A história em si dos nazis, dos judeus revoltados e dos aliados desvairados com ar de gangsters é apenas um pretexto e não surpreende, nem entusiasma, nem me diz nada.
E se falamos de personagens essencialmente temos que falar de Cristopher Waltz no papel de Coronel Hans Landa. A prestação mais rica e deliciosa dos últimos tempos. Um actor alemão que de certeza vai começar a andar na boca do mundo e que de certo não tivesse sido escolhido no casting este filme teria perdido mais de metade da piada.
Uma das premissas mais loucas do cinema fantástico. Um carro assassino de nome Christine. John Carpenter e Stephen King a arriscarem tudo num monte de lata com um feitio terrível.
Um jovem de óculos grossos sem grande jeito para as miúdas apaixona-se por um clássico Plymouth. Como todos os homens que se prezem o jovem põe o carro a frente de tudo e todos e o carro dá-lhe troco. Uma história de amor(?)
Sou um grande fã de John Carpenter e acho incrível como uma ideia perigosamente abstracta, com grande probabilidade de cair no domínio da chacota, se tornou num filme de culto tão interessante e divertido sem nunca cair no ridículo. ( Pelo menos para mim )
Acima de tudo um dos melhores filmes "teenagers a crescer" da década de 80.
Um filme de sangue e dos organismos. Um parto especial e uns primeiros cuidados bizarros da também especial Grace seguram este filme que não foge do sangue . Às vezes com apontamentos baratos, outras vezes nem por isso. O tema "bébés meets sangue" aperta sempre e no geral é um filme algo diferente do que tenho visto. Também apreciei a Jordan Ladd ( Cabin Fever, Death Proof ). Achei fixe o ritmo e as personagens secas que não metem medo neste filme.
A versatilidade e força visual dos filmes de Nicolas Winding Refn tornam-no um realizador a acompanhar. Pusher e Bronson são interessantes e este Valhalla Rising certamente merece uma espreitadela. Ambiente viking, guerreiros a cortar cabeças e a espalhar ferrugem...