Review: The Hitcher ( Robert Harmon,1986, U.S.A. )


















Quem quiser um thriller cheio de acção pa ver encostado com umas Lays e uma cerveja, pegue em The Hitcher. Jim ( C. Thomas Howell ) é perseguido na estrada por um serial killer com cara de serial killer, cigarro na boca e grande estilo mad max. O homem pediu uma boleia, azar de quem a deu.

É um grande papel de Rutger Hauer num filme cheio de momentos interessantes, com uns minutos iniciais muito bons mesmo. O desenrolar não é tão carismático mas o guião está cheio de peripécias, boas ideias e cenas bem conseguidas.

Tem tudo o que condimenta um bom filme de acção com suspense e boas actuações. Consistente e ritmado, merece uma revisita com atenção. Há uma versão de 2007, mas não me parece que seja boa ideia, tem má cara.

8/10

The Wolfman (Joe Johnston, 2010, U.S.A.)




Antes de mais tenho que dizer que a minha expectativa era grande, Anthony Hopkins e Benicio Del Toro, ambiente sombrio à La Sec. IXX e um trailer apetitoso.

Pois bem, 5 minutos de filme e já me estava a enterrar na cadeira do cinema com a mão na cabeça e uma expressão de "pronto já borraram a pintura". Que entrada de título mais à martelada!!

Potencial para fazer um grande filme? Sim.
Um excelente elenco? Sim.
Efeitos especiais? Bons e as transformações estão muito bem feitas. Não são de ficar de boca escancarada mas cumprem muitíssimo bem o que pretendem. Ponto extra para o Lobisomem com aspecto de lobisomem à antiga, nem demasiado lobo nem demasiado Michael J. Fox no "Teen Wolf"

Argumento? Até o meu irmão conseguia escrever (com ajuda, uma vez que ele tem 8 anos) uma historia melhor...remake dizem "eles" mas a historia não tem riqueza nenhuma, a tensão é zero, nem está igual ao clássico de 1941 nem é uma lufada de ar fresco. No contexto da época teria sido espectacular, hoje em dia...não.

Tem uns momentos bons, mas nunca o suficiente para dizer "!EIHAAAA!!!Valeu os 5 euros"

Não é blockbuster nem culto. Não é pipocas e coca-cola nem filme que se recomenda.
Vê-se. Uma vez no cinema(só por que sim) e outra num domingo à tarde de ronha quando passa na Sic.

5/10

Review: Dead End ( Jean-Baptiste Andrea, Fabrice Canepa, 2002, U.S.A. )



















Nada contra os U.S.A. , nada contra os trâmites, mas este filme é uma merda.

Não foram os clichés todos ( a véspera de natal, a loira das mamas, a mãe galinha, o pai com segredos, o filho das ganzas, o carro preto, a mulher de branco... ) ou o revivalismo no estilo de terror americaníssimo parvo , mas sim a tremenda falta de sal que me incomodou. Entrou-me no sistema nervoso e deixou-me com remorsos. Apeteceu-me ver tantos 80s previsíveis gravados da LOTAÇÃO ESGOTADA...

Uma roadtrip familiar mal mascarada, pouco animada e com enorme falta de humor é o que este filme é. Nem um sanguezinho visceral para animar alguém, para compôr um estilo mais cómico. Nem as gajas são incríveis...

O cérebro que "pensou" este filme é detestável, mas aposto que não tem mais de 12 anos. Mau início, mau corpo.O fim ainda é mais deplorável... Por mim, cortava estes minutos da minha vida. Para sempre.

1/10

REVIEW: Salem's lot ( Tobe Hopper, 1979, USA )



Uma minisérie televisiva, baseada numa das mil obras de Stephen King,
realizada pelo inconstante Tobe Hopper. Salem's lot é um conto de vampiros
simpático de interesse relativo, quanto mais não seja porque os vampiros têm
dentes podres e amarelos. Nada românticos.

Um escritor chega a uma daquelas típicas cidades do interior americano para
investigar uma casa misteriosa que parece ser um vórtice do Mal. Imediatamente
vê as suas suspeitas confirmarem-se com uma série de mortes e fenómenos
paranormais que parecem estar relacionadas com a velha mansão no topo da
montanha e o seu novo inquilino de pele azul.

Uma experiência a meio gás. Tanto aborreceu como entreteu.
De destacar algumas boas interpretações e alguns bons momentos de arrepio
que conseguiram manter o interesse até ao fim.

6/10

REVIEW : Benny´s Video ( Michael Haneke, 1992, U.S.A. )



















Nesta obra o respeitável realizador aprofunda a necessidade de ver TUDO com outros olhos como faria em filmes posteriores. Benny´s Video é seco, alemão ao máximo e um gerador de nervos instantâneo. Pelo ritmo super slow motion, pela ausência de tons musicais, pelas personagens. "Capaz de enervar um santo", como dizia a minha avó.

A cena inicial é das melhores intros de sempre, o resto é admirável e gelado. Gelado e admirável.

Benny ,um puto obcecado por cinema, de câmara na mão, desdobra o seu carácter e liberdade na acção. Com os pais, com os amigos, com conhecidos. Pelo meio, muito cinema experimental, muito voyeurismo e um gosto a snuff. Pode surpreender e até chatear, essencialmente para quem não conhecer Haneke.

É este o seu estilo que mais aprecio, mas infelizmente ainda nem com metade do curriculum deste senhor tomei contacto. Hei-de morrer com mais no bolso, porque o homem merece. Vejam e gelem. Pensem, destruam-se e sintam outra vez.

Eu cá adoro este feeling característico após ver filmes de Haneke.

7/10

REVIEW: Carne ( Gaspar Noé, 1991, França )


















Sou um admirador da intensidade e crueldade que Gaspar Noé coloca nos filmes.

Carne, escrito e realizado por este argentino, para além de ter o melhor título de filme de todos os tempos, é o primeiro passo, vulgo prequela de Seul Contre Tous, já aqui revisitado no blog.

São apenas 40 min. não aconselháveis a defensores dos direitos humanos ou pessoas sensíveis, munidos do mesmo espírito cru,sexual e ritmado nos caminhos perturbados de um parisiense nos anos 80, que também assinalariam Seul Contre Tous, numa corrente meia Henry, Portrait of a Serial Killer meia raiva em estado comprimido.

O talhante, personagem à volta da qual segue todo o filme, é duro, vincadíssimo, solitário, ensaguentado e carregado pelos ódios. Este gajo, protector acima de tudo, tem o maior ar de cabrão do mundo, mas se calhar a vida é mesmo assim.

Neste novelo de violência, falta de pudor e mensagens, destaco novamente o papel de Philippe Nahon e o universo de realizador.Estou a salivar por Enter the Void... Gaspar Noé = Droga.

8/10

REVIEW : Where The Wild Things Are ( Spike Jonze, 2009, U.S.A. )



















A adaptação do livro de fantasia de Maurice Sendak, com o cunho de Spike Jonze, versátil e esponjoso. O homem dos videoclips e de Adaptation entre outros não me desiludiu. Não li o livro, nem sou americano, mas o filme é gostoso,com algo de gengibre. Ficou na boca.

No seu habitat, as criaturas definem-se. Max não lhes pertence mas parece, não desprende mas fica marcado pela grande aventura.Monstros a quem apetece dizer "dá cá mais 5", cheias de personalidade, genica e técnicas de mosh pit ( Best of Pulos num filme ) envolvem Max na floresta, em relexões e problemas sociais. Uma história de uma criança, de grupo, um estilo visual, uma dimensão adulta e sensível para mim.

Nos melhores de 2009, sem dúvida.

8/10